INFINITIVO *
Uma das questões mais polêmicas e controvertidas da língua portuguesa é a impossibilidade de formulação de normas inflexíveis para a distinção entre o infinitivo pessoal (flexionado) e o impessoal (não flexionado). As regras abaixo expressam, de forma geral, as tendências de uso.
Tendências de uso:
1. Forma não flexionada:
a) quando o infinitivo é impessoal, isto é, não se refere a um sujeito:
É bom viver.
b) quando vale como imperativo:
Direita, volver!
c) quando funciona como complemento nominal:
São coisas boas de fazer.
d) quando pertence a uma locução verbal:
Vamos nadar?
e) quando depende de um auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer e sinônimos) e sensitivos (ver, ouvir e sinônimos):
Deixem-nos sair. Ninguém as ouviu cantar.
2. Forma flexionada: o infinitivo é sempre pessoal (tem sujeito próprio) e, além disso há uma destas condições:
a) o sujeito é claramente expresso:
É preciso eles irem?
b) o sujeito, oculto, só poderia ser reconhecido pela terminação verbal:
É preciso irmos.
c) o verbo, na 3.pessoa do plural, é índice de indeterminação do sujeito:
Ouvi baterem à porta.
d) há necessidade de maior ênfase.
3. Emprego facultativo do infinitivo flexionado: se o verbo não tem sujeito próprio expresso mas ele é facilmente detectado:
Está na hora de sair (ou saírem) se vocês querem tomar o próximo ônibus.
Dar-te-ei a Nau Catrineta para nela navegar (ou navegares).
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* Migalha elaborada pela professora dra. Maria Augusta Bastos, da Unicamp, exclusivo para os leitores de Migalhas, a partir das seguintes fontes :
CUNHA, Celso. Gramática do Português Contemporâneo. 6.ed. Belo Horizonte, Bernardo & Álvares, 1976.
MAURER Jr., Theodoro. O infinitivo flexionado em Português. São Paulo, Editora Nacional/Edusp, 1968.
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Por: Redação do Migalhas
Atualizado em: 1/4/2003 11:49