Migalheiros por excelência
9/11/2004 Marcos Kruse
“Totalmente estranha a notícia de que um cidadão qualquer, mesmo que seja juiz, possa obrigar, por via judicial, outras pessoas a que seja tratado como “doutor” e “excelência”. O que realmente preocupa é o tipo de mentalidade que se esconde atrás de tal pretensão. Doutor é um termo reservado à área acadêmica, para aqueles que receberam o título de Doutor. Não se aplica à vida comum. Excelência ou mesmo meritíssimo, por sua vez, tem uso no ambiente forense. Não se destina ao uso civil. Então, o que preocupa é o estado doentio que cerca a pretensão. Então, em qualquer caso semelhante, ao invés da recorrência ao aparato judiciário, deve ser acionado o aparato psicólogo, eis que o judiciário não será competente para resolver o real problema que origina a pretensão da ação. De outro lado, é de se perguntar como é que se garantiria a eficácia da decisão judicial. Provavelmente, pela aplicação de multas. Mas aí, precisa de prova para configurar a ação que enseja a paga da multa. Será que o Brasil não tem problemas muito mais importantes para serem julgados pelos tribunais?”