Estadão relembra legado de Rui Barbosa após 100 anos de sua morte   Migalhas
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Estadão relembra legado de Rui Barbosa após 100 anos de sua morte – Migalhas

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O Estadão relembrou nesta segunda-feira, 27, o legado de Rui Barbosa em uma matéria especial, no Caderno de Política.

Para o matutino, mesmo após 100 anos de sua morte, ainda é bastante atual o pensamento de Rui. 

O jornal conta que o político teve cinco mandatos no Senado pela Bahia e fala de sua defesa do STF como guardião da Constituição.

“Talvez não se surpreendesse se pudesse saber que um busto que o representa foi vandalizado pelos golpistas do 8 de janeiro de 2023 e virou uma espécie de símbolo da brutalidade na política que exalta o militarismo e o uso da forma que o baiano, na retórica e na prática, combateu”, destaca o Estadão. 

 (Imagem: Reprodução Estadão / Arte Migalhas)

Em uma reportagem publicada no dia 27, o jornal Estadão relembrou o relegado do político baiano, Rui Barbosa. (Imagem: Reprodução Estadão / Arte Migalhas)

Rui era defensor da democracia e direito para todos, “ainda que para um eleitorado que era uma fração muito pequena da população”, segundo Estadão.

De acordo com o cientista político e pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa, Christian Lynch, entrevistado pelo Estadão, o jurista abriu caminhos que chegam no Brasil atual. “A Campanha Civilista foi a primeira campanha eleitoral para valer no Brasil, com apoio da opinião pública liberal, e a primeira campanha eleitoral razoavelmente competitiva.”

Disputa eleitoral

O jornal relembra que até a campanha de 1909/1910, os presidentes eram candidatos únicos e escolhidos “em um conchavo da oligarquia” e consagrados com mais de 90% dos votos.

Rui Barbosa resolveu enfrentar o marechal Hermes da Fonseca, que tinha o apoio da maioria das elites. Rui foi às ruas falar com eleitores, fez longas viagens de trem e navio e discursava para os eleitores. A imprensa da época cobriu a campanha e o Estadão apoiou o candidato.

 (Imagem: Reprodução Estadão)

(Imagem: Reprodução Estadão)

Em 3 de março de 1910, Hermes da Fonseca teve 403.867 votos, contra 222.822 de Rui – aproximadamente 64% a 36%.

 (Imagem: Reprodução Estadão)

(Imagem: Reprodução Estadão)

O Estadão recorda que o nome de Rui seria votado em outros pleitos, mas só em 1919 o jurista voltou a concorrer. Com 116.414 votos, Rui perdeu para Epitácio Pessoa que obteve 286.373 votos. Durante essa disputa, foi a primeira vez que alguém falou da questão social no Brasil, pregando a necessidade de lei sociais.

STF

Depois de aprovar, no Conselho de Ministros, o projeto de separação da Igreja do Estado, Rui foi eleito senador constituinte pela Bahia.

“Sua ação foi crítica na redação da primeira Constituição republicana, na qual optou pelo regime presidencialista e federalista. Também no texto fortaleceu o Poder Judiciário e o STF.”

 (Imagem: Reprodução Estadão)

(Imagem: Reprodução Estadão)

Contradições

De acordo com a reportagem do Estadão, o mesmo Rui que criticaria, na República, a ação das elites, foi o principal redator da lei Saraiva, editada em 1881, que reformou o sistema eleitoral. Manteve a exigência de renda mínima para votar e eliminou o voto dos analfabetos. “Admitiu, porém, que os ex-escravizados libertos, os estrangeiros naturalizados e os não católicos votassem. Foi, segundo explicaria Rui, ‘o liberalismo possível’.”

O Estadão destacou a opinião dos críticos e defensores de Rui Barbosa.

 (Imagem: Reprodução Estadão)

(Imagem: Reprodução Estadão)

A campanha de 1910 ajudou a fixar a imagem “quixotesca” do baiano, como adjetivou Estadão.

“Foi assim que Carlos Drummond de Andrade – o recordou no Jornal do Brasil, em 1.º de março de 1973 na crônica “Rui, naquele tempo”. “De 1910 a 1914, o Brasil teve dois presidentes. Um de fato e outro de consciência, entre seus livros e papéis da Rua São Clemente, e daí para a tribuna do Senado ou perante o Supremo Tribunal Federal, postulando, verberando, exigindo o cumprimento da lei, já menos como político do que como defensor dos direitos humanos.”

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