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Para que a responsabilidade civil de um médico seja caracterizada, é necessário que se configurem três elementos essenciais: Conduta culposa (negligência, imprudência ou imperícia); dano (prejuízo sofrido pelo paciente); e nexo de causalidade (relação direta entre a conduta e o dano).
Vamos aprofundar cada um desses elementos para que você entenda o que caracteriza a responsabilidade civil e como ela pode ser contestada em casos de erro médico.
- Imprudência: Ocorre quando o médico age de forma precipitada ou sem a devida cautela.
- Negligência: Refere-se à omissão de medidas importantes ou ao não cumprimento dos deveres do médico.
- Imperícia: Relaciona-se à falta de habilidade técnica ou ao despreparo do médico para realizar determinado procedimento.
Excludentes de responsabilidade civil
Há situações em que, mesmo havendo um dano, o médico pode não ser responsabilizado se conseguir demonstrar a presença de excludentes de responsabilidade. Algumas das excludentes podem ser:
O que fazer para evitar uma condenação?
Para evitar ser alvo de condenações injustas, é fundamental que o médico adote uma postura preventiva em relação à sua prática profissional. Isso envolve não apenas a competência técnica, mas também a documentação minuciosa de todas as etapas do atendimento.
O TCLE – Termo de consentimento livre e esclarecido é um exemplo crucial de como essa documentação pode proteger o médico. Ao fornecer informações detalhadas sobre os procedimentos, seus riscos e alternativas, o médico garante que o paciente tenha ciência do tratamento, evitando alegações de que não foi adequadamente informado. No entanto, o TCLE deve ser redigido de forma clara e compreensível para o paciente, e deve abordar especificamente os riscos do procedimento em questão.
Além do TCLE, outros documentos como prontuários médicos, laudos de exames, receituários e registros de orientações feitas ao paciente devem ser mantidos atualizados e detalhados. Qualquer orientação dada verbalmente deve ser registrada no prontuário, pois isso pode fazer toda a diferença em um eventual processo.
Além disso, contar com uma assessoria jurídica especializada é essencial para profissionais da área médica. Muitas vezes, a contratação de um advogado é vista apenas como uma medida reativa, ou seja, quando o processo já está em curso. Contudo, a assessoria jurídica preventiva oferece uma abordagem mais estratégica e eficaz, pois ajuda o médico a evitar erros simples que poderiam ser usados contra ele em um processo judicial.
Acusações de erro médico podem ser um desafio para qualquer profissional da saúde, mas é possível evitar condenações injustas com a adoção de boas práticas documentais e a assessoria jurídica preventiva. Ao manter-se informado e protegido juridicamente, o médico não apenas se resguarda contra acusações infundadas, como também garante a tranquilidade de exercer sua profissão com segurança.
Viviane Rosa
Direito Médico e da Saúde l Advogada formada pela UFF. Pós-graduada em Criminologia pela PUC-RS. Pós-graduanda em Direto e Saúde pelo Albert Einstein.