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O sigilo médico é um princípio fundamental que protege a confiança entre médico e paciente. O direito ao sigilo médico pertence ao paciente. Isso significa que, salvo situações específicas, é ele quem decide o que pode ou não ser revelado.
Ao médico, cabe a obrigação de manter o sigilo sobre todas as informações relacionadas à saúde do paciente, sob pena de responsabilização ética e até jurídica. Apesar de ser uma regra geral, o sigilo médico admite exceções previstas em lei, que podem permitir ou até exigir sua quebra. Neste artigo, você conhecerá as situações mais comuns nos consultórios e como agir diante delas.
Com relação a fatos amplamente conhecido, comunicação à seguradora para sinistro e depoimento como testemunha – Mesmo nesses casos, o dever de sigilo deve ser mantido. O sigilo só pode ser quebrado mediante ordem judicial ou se houver uma manifestação expressa do paciente (ou de seus representantes legais) autorizando a divulgação.
Como o médico pode se proteger ao lidar com sigilo médico
- Obtenção de consentimento informado – Mesmo nas situações em que a lei permite ou exige a divulgação de informações, é importante obter o consentimento informado do paciente sempre que possível, e, quando não obtiver, informar ao paciente que fará tais comunicações. Em casos específicos, como boletins médicos, inserção da CID em atestados e publicações científicas, a obtenção desse consentimento é indispensável, garantindo que o paciente esteja ciente e de acordo com o uso de seus dados.
- Limitação das informações ao essencial – Ao compartilhar informações com seguradoras, planos de saúde ou autoridades, limite-se a fornecer apenas os dados estritamente necessários. Evite divulgar detalhes irrelevantes que possam comprometer a privacidade do paciente.
- Registro detalhado das exceções ao sigilo – Quando houver necessidade de romper o sigilo médico, registre de forma clara e detalhada as justificativas legais e éticas que amparam essa decisão. Isso ajuda a proteger o médico em possíveis revisões legais.
- Atualização contínua sobre legislação e normas éticas – Mantenha-se sempre atualizado sobre as mudanças nas leis e normas éticas relacionadas ao sigilo médico. Esse cuidado assegura a conformidade e protege o profissional contra violações éticas ou jurídicas.
O sigilo médico é crucial para a confiança entre médicos e pacientes, mas sua quebra pode ser necessária em circunstâncias legais e éticas. É fundamental que os profissionais de saúde entendam essas exceções e as apliquem de forma correta, sempre documentando suas ações para se proteger juridicamente.
Viviane Rosa
Direito Médico e da Saúde l Advogada formada pela UFF. Pós-graduada em Criminologia pela PUC-RS. Pós-graduanda em Direto e Saúde pelo Albert Einstein.