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Responsabilidade social é um tema que tem impacto amplo sobre as empresas nos dias atuais, com reflexos diretos na visão e preferência dos consumidores, na atratividade de investidores, na captação e retenção de talentos, entre outros elementos determinantes para o sucesso nos negócios. Não obstante, como basicamente tudo dentro de um empreendimento, são necessários recursos para manter as boas práticas em dia e para os investimentos inerentes aos pilares dos negócios responsáveis, ou seja, o ESG (do inglês, ambiental, social e governança).
Empresas que adotam estratégias ESG não apenas respondem às demandas crescentes da sociedade e de investidores, mas também obtêm benefícios financeiros como consequência. Mas em uma economia nem sempre favorável, a principal questão é como conseguir os recursos para implementação e manutenção dessas práticas não apenas benéficas, mas necessárias para uma empresa se manter e prosperar no mercado.
Uma alternativa interessante é a antecipação de precatórios, por meio da cessão de crédito, que pode liberar capital para que as empresas invistam em iniciativas sustentáveis e de impacto social, conectando as finanças com as estratégias de ESG. É importante ressaltar que o crédito imobilizado em um processo judicial pode levar anos para ser liberado, de modo que, sem a antecipação, investimentos fundamentais podem ser inviáveis para muitas companhias.
A princípio, em decorrência do deságio que faz parte no negócio e que viabiliza a cessão de crédito, um gestor empresarial pode questionar os benefícios da antecipação. Entretanto, ao utilizar os valores antecipados para investimentos em ESG, a empresa ganha vantagem competitiva no mercado, destacando-se entre os investidores, e ainda fortalece sua marca, o que eleva a confiança de clientes e parceiros.
Lembrando ainda que as instituições que não acompanharem essas práticas ficarão para trás. Segundo o levantamento ESG Radar 2023, elaborado pela Infosys, os investimentos em ESG no mundo todo devem chegar à marca de 53 trilhões de dólares até o ano de 2025. Nesse caso, seguir a tendência é uma questão de sobrevivência nos negócios.
Conforme se denota, ao longo do processo, a venda de precatórios, quando bem utilizada, pode se transformar em uma ferramenta de alavancagem financeira, visto que ajuda a acelerar o cumprimento de metas sustentáveis e a fortalecer o posicionamento da empresa no mercado. Os reflexos positivos se revelam tanto internamente quanto para o público externo e não podem ser desprezados.
Renata Nilsson
CEO e sócia da PX Ativos Judiciais | Consultora especializada em fundos de investimentos (FIDCs) e plataformas focadas na aquisição de créditos judiciais incluindo trabalhistas, cíveis e precatórios.