A presente situação jurídica da sentença do caso Marielle Franco   Migalhas
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A presente situação jurídica da sentença do caso Marielle Franco – Migalhas

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Do mérito

A condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo TJ/RJ – Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro representa um marco importante na luta contra a impunidade e a atuação de milícias no Estado do Rio de Janeiro. Este parecer tem como objetivo analisar os aspectos jurídicos relevantes do caso, à luz da legislação brasileira, e fornecer um entendimento detalhado sobre a condenação dos executores e a busca pela responsabilização dos mandantes do crime.

O crime cometido contra a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em 12/3/18, foi tipificado como homicídio qualificado, conforme previsto no art. 121, § 2º, do CP brasileiro. As qualificadoras aplicadas incluem motivo torpe, emprego de meio que resultou perigo comum, e recurso que dificultou a defesa das vítimas. A condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz baseou-se em provas robustas apresentadas pela acusação, incluindo testemunhos, imagens de câmeras de segurança e análise de dados telefônicos.

A investigação conduzida pela polícia civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro revelou que Ronnie Lessa, ex-policial militar, foi o autor dos disparos que vitimaram Marielle e Anderson, enquanto Élcio de Queiroz, também ex-policial militar, atuou como motorista do veículo utilizado no crime. A sentença de 78 anos e 9 meses de prisão para Lessa e 59 anos e 8 meses para Queiroz reflete a gravidade dos atos cometidos e a necessidade de uma resposta penal severa para crimes dessa natureza.

A condenação dos executores é vista como um avanço significativo no combate à atuação de grupos paramilitares, que têm se infiltrado em diversas esferas do poder no estado do Rio de Janeiro. A presença de milícias e a conivência de certos setores das forças de segurança com atividades criminosas representam um desafio contínuo para as autoridades e exigem uma abordagem rigorosa e persistente.

Os familiares de Marielle Franco e Anderson Gomes expressaram um sentimento de justiça parcial após o julgamento, destacando a importância de continuar a luta pela identificação e punição dos mandantes do crime. A busca pela responsabilização dos mandantes é crucial, pois a complexidade do caso sugere a existência de uma rede mais ampla de interesses que motivaram o assassinato, possivelmente ligados a figuras de poder e influência no estado do Rio de Janeiro.

No contexto da investigação, é importante mencionar que Marielle Franco era uma ativista dos direitos humanos e defensora das minorias, que vinha recebendo ameaças devido ao seu trabalho incisivo contra milícias e abusos cometidos por agentes de segurança pública. Este cenário não apenas delineia o perfil dos executores, mas também sugere uma motivação mais profunda e estruturada, envolvendo interesses políticos e econômicos ameaçados pela atuação da vereadora.

A repercussão do caso Marielle Franco e Anderson Gomes trouxe à tona a fragilidade da segurança pública no Rio de Janeiro e a infiltração de milícias em diversas esferas do poder. A condenação de ex-policiais militares como Lessa e Queiroz destaca a necessidade de enfrentar a corrupção e a conivência dentro das forças de segurança, uma questão que deve ser abordada de maneira contínua e rigorosa pelas autoridades competentes.

A atuação eficiente dos órgãos de investigação, como a Polícia Civil e o Ministério Público, foi essencial para a condenação dos acusados. No entanto, a luta pela justiça plena ainda não foi alcançada, e a determinação dos familiares das vítimas em buscar a responsabilização dos mandantes do crime é um lembrete constante da necessidade de reformas estruturais no sistema de segurança pública e no judiciário brasileiro.

A mobilização da sociedade civil e a pressão midiática desempenharam um papel fundamental para que as investigações avançassem e para que houvesse uma resposta efetiva das autoridades. Este aspecto ressalta a importância do engajamento social na luta contra a impunidade e a violência, incentivando a busca incessante por justiça e verdade.

Além disso, a tragédia que vitimou Marielle e Anderson não pode ser esquecida, e a luta pela justiça deve ser contínua. A mobilização da sociedade civil, a atuação vigilante da imprensa e o comprometimento das autoridades são fundamentais para garantir que crimes dessa natureza sejam investigados e punidos com rigor.

A narrativa dos fatos destaca a necessidade de aprimoramento contínuo das instituições responsáveis pela segurança pública e pelo sistema judiciário. A eficiência na condução das investigações e a celeridade na tramitação do processo são essenciais para a condenação dos culpados, mas demonstram a necessidade de reformas estruturais para evitar que casos semelhantes fiquem sem resposta.

O caso Marielle Franco e Anderson Gomes é um reflexo das complexas relações de poder e violência que permeiam a sociedade brasileira. A condenação dos executores representa um avanço significativo, mas a busca pela responsabilização dos mandantes continua sendo um desafio crucial para o sistema de justiça.

Em conclusão, a condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo TJ/RJ é um marco importante na luta contra a impunidade e a atuação de milícias no estado do Rio de Janeiro. No entanto, a luta pela justiça plena ainda não foi alcançada, e a determinação dos familiares das vítimas em buscar a responsabilização dos mandantes do crime é um lembrete constante da necessidade de reformas estruturais no sistema de segurança pública e no judiciário brasileiro. A mobilização da sociedade civil, a atuação vigilante da imprensa e o comprometimento das autoridades são fundamentais para garantir que crimes dessa natureza sejam investigados e punidos com rigor.

Portanto, é imperativo que as autoridades continuem a investigar e a buscar a responsabilização dos mandantes do crime. A legislação brasileira oferece os instrumentos necessários para tal, e é essencial que sejam utilizados de maneira eficaz. A condenação dos executores é apenas o começo; a verdadeira justiça só será alcançada quando todos os responsáveis, direta ou indiretamente, pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, forem devidamente punidos.

Nesse sentido, a aplicação rigorosa do CP brasileiro, em especial o art. 29, que trata da coautoria e participação em crimes, é crucial. Este artigo estabelece que quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Assim, a identificação e a punição dos mandantes e de todos os envolvidos no planejamento e execução do crime são fundamentais para a realização da justiça plena.

Além disso, é importante que as autoridades continuem a monitorar e a combater a atuação de milícias e grupos paramilitares, que representam uma ameaça constante à segurança pública e à democracia no Brasil. A infiltração desses grupos em diversas esferas do poder deve ser enfrentada com medidas legislativas, administrativas e judiciais firmes e coordenadas.

A sociedade civil e a imprensa têm um papel crucial nesse processo, ao manter a pressão sobre as autoridades e ao garantir que o caso não caia no esquecimento. A mobilização popular e a vigilância constante são essenciais para assegurar que a justiça seja feita e que casos semelhantes não se repitam.

Finalmente, é necessário um compromisso contínuo com a reforma e o aprimoramento das instituições responsáveis pela segurança pública e pela justiça no Brasil. A eficiência e a transparência nas investigações, a celeridade na tramitação dos processos judiciais e a aplicação rigorosa das leis são fundamentais para a construção de um sistema de justiça mais justo e eficaz.

No caso de Marielle Franco e Anderson Gomes, a condenação dos executores é um passo importante, mas a luta pela justiça plena continua. É essencial que todos os envolvidos no crime, incluindo os mandantes, sejam identificados e punidos, e que as estruturas de poder que permitem a atuação de milícias e grupos paramilitares sejam desmanteladas. A busca pela verdade e pela justiça é um dever contínuo, que deve ser perseguido com determinação e coragem por todos os que acreditam em um Brasil mais justo e seguro.

Diante do exposto e considerando todas as normativas e argumentações jurídicas abordadas e aplicáveis ao caso em questão, concluo a consulta solicitada. Este parecer, embasado em criteriosa análise, reflete meu entendimento jurídico sobre a matéria, devendo ser considerado como tal para os devidos fins – e sem que perca o caráter meramente opinativo e interpretativo.

Flavia Thais de Genaro Machado de Campos

Flavia Thais de Genaro Machado de Campos

Bacharel em direito, advogada com OAB/SP 204.044 especialista em Direito Tributário, Direito do Consumidor, Gestão em Recurso Humanos, Gestão Trabalhista e Previdenciária, Direito Imobiliário…

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