Como transformar o BPC em aposentadoria: Saiba quando é possível   Migalhas
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Como transformar o BPC em aposentadoria: Saiba quando é possível – Migalhas

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O BPC – Benefício de Prestação Continuada, é um direito fundamental para muitas PCD – pessoas com deficiência e idosos que vivem em situação de vulnerabilidade. No entanto, uma dúvida muito comum é: como transformar o BPC em aposentadoria?

Afinal, enquanto o BPC oferece um salário mínimo, ele não é uma aposentadoria, e isso traz algumas diferenças importantes, como a impossibilidade de deixar pensão para os dependentes ou acumular com outros benefícios.

Neste conteúdo, vamos explicar de forma simples quando é possível transformar o BPC em aposentadoria, quais são os passos necessários e se vale a pena fazer isso. Se você ou alguém que conhece está nessa situação, continue lendo e tire suas dúvidas!

O que é BPC Loas e quem tem direito

Antes de entender como transformar o BPC em aposentadoria, é importante saber o que é o BPC Loas e quem pode recebê-lo.

O BPC – Benefício de Prestação Continuada, previsto na LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social.

Esse é um benefício assistencial do governo Federal que garante um salário mínimo por mês para pessoas que não têm condições de sustentar a si mesmas e suas famílias.

Existem dois grupos principais que podem receber o BPC:

  • PCD – Pessoas com deficiência: Qualquer pessoa, de qualquer idade, com deficiência física, mental, intelectual ou sensorial que dificulte sua participação plena na sociedade e que esteja em situação de vulnerabilidade.
  • Idosos com 65 anos ou mais: Desde que não tenham condições de se manter financeiramente e não recebam nenhum outro benefício previdenciário, como aposentadoria.

Além disso, é necessário atender a critérios de renda familiar:

A renda mensal por pessoa da família deve ser menor que 1/4 do salário mínimo (hoje, menos de R$ 330,00 por pessoa).

Exemplo prático:

Seu José, de 70 anos, nunca trabalhou com carteira assinada e vive com a filha, que recebe um salário mínimo. A renda total da casa é dividida entre 3 pessoas, resultando em R$ 440,00 por pessoa. Como ele está em situação de vulnerabilidade, seu José conseguiu o BPC após passar por análise do INSS.

Diferenças entre o BPC e a aposentadoria

Embora o BPC garanta um salário mínimo mensal, ele não é uma aposentadoria. Isso significa que:

  • Não é possível deixar pensão por morte para os dependentes.
  • Não exige contribuição ao INSS, enquanto a aposentadoria é concedida apenas para quem contribui ou cumpriu requisitos mínimos.
  • Não pode ser acumulado com outros benefícios previdenciários, como aposentadoria ou pensão.

Muitas pessoas que recebem o BPC – Benefício de Prestação Continuada se perguntam se é possível transformá-lo em aposentadoria.

A resposta é que, em algumas situações, sim, mas o caminho exige planejamento. Isso porque o BPC é um benefício assistencial, enquanto a aposentadoria está ligada às contribuições feitas ao INSS ao longo da vida.

O que é necessário para transformar o BPC em aposentadoria?

Para que essa transformação seja possível, é preciso atender aos requisitos básicos para qualquer aposentadoria. Isso significa que a pessoa deve:

  • Contribuir para o INSS: Se você nunca contribuiu ou parou de contribuir, será necessário começar a pagar como segurado facultativo. O valor das contribuições pode variar, mas precisa ser feito regularmente.
  • Cumprir a carência mínima: A carência é o número mínimo de meses de contribuição exigidos. Para a maioria das aposentadorias, o INSS exige pelo menos 180 contribuições mensais (15 anos).
  • Atender ao requisito de idade ou tempo de contribuição: Dependendo do tipo de aposentadoria, é necessário ter 65 anos (homem) ou 62 anos (mulher) para a aposentadoria por idade.
  • Tempo de contribuição suficiente para outras modalidades, como a aposentadoria por tempo de contribuição (atualmente, pela regra de transição).

    Vale a pena transformar o BPC em aposentadoria?

    Transformar o BPC em aposentadoria pode ser uma boa opção em algumas situações, porque:

    • A aposentadoria permite deixar pensão por morte para os dependentes.
    • Não depende de revisão da renda familiar, como acontece com o BPC.
    • Pode ser acumulada com outros benefícios em casos específicos.

    No entanto, é importante lembrar que o processo pode levar anos, já que exige o pagamento de contribuições e o cumprimento do tempo mínimo exigido pelo INSS.

    Quem já contribuiu antes tem mais facilidade?

    Sim. Se você já trabalhou e contribuiu para o INSS no passado, pode aproveitar o tempo de contribuição já registrado.

    Isso pode diminuir o tempo necessário para completar os requisitos e pedir a aposentadoria.

    É possível acumular BPC com outros benefícios?

    Uma dúvida comum de quem recebe o BPC – Benefício de Prestação Continuada é se é possível acumular esse valor com outros benefícios pagos pelo INSS.

    A resposta, na maioria dos casos, é não.

    Isso acontece porque o BPC é um benefício assistencial, ou seja, ele é destinado a quem está em situação de vulnerabilidade e não pode ter outra fonte de renda que comprometa esse critério.

    Assim, se a pessoa começar a receber outro benefício, como uma aposentadoria ou pensão, isso significa que a renda familiar pode aumentar, e o BPC será suspenso.

    Há exceções?

    Embora na maioria dos casos o BPC não possa ser acumulado, existem situações específicas em que o acúmulo é permitido:

  • Auxílio-acompanhante para PCD: Caso a pessoa com deficiência necessite de acompanhamento permanente e receba o BPC, pode ser possível solicitar o auxílio-acompanhante, dependendo da avaliação do INSS.
  • Benefício eventual de assistência social: O BPC pode ser acumulado com benefícios eventuais, como auxílio para compra de medicamentos ou outras ajudas temporárias oferecidas pelo governo, desde que não sejam pagos pelo INSS.
  • Quando o BPC pode ser substituído por outro benefício?

    Se a pessoa que recebe o BPC começa a contribuir para o INSS, pode futuramente transformar o benefício em aposentadoria (caso cumpra os requisitos). Quando isso acontece, o BPC é substituído pela aposentadoria, mas a pessoa não fica com os dois benefícios ao mesmo tempo.

    Como dar entrada no BPC Loas

    Agora, veja o passo a passo para solicitar o benefício:

    Passo 1: Inscreva-se no CadÚnico

    • CadÚnico – Cadastro Único é obrigatório para pedir o BPC. Ele é utilizado pelo governo para verificar a renda familiar e confirmar se você está dentro do critério exigido.
    • Procure o CRAS – Centro de Referência de Assistência Social mais próximo da sua casa para fazer o cadastro.
    • Leve documentos de todos os membros da família, como RG, CPF, comprovante de residência e, se possível, carteira de trabalho.

    Passo 2: Reúna os documentos necessários

    Para dar entrada no BPC, é essencial ter em mãos os seguintes documentos:

    • RG e CPF de todos os membros da família.
    • Comprovante de residência atualizado.
    • Comprovantes de renda da família (holerites, carteira de trabalho ou declaração de renda).
    • Laudos médicos, exames e relatórios (apenas para PCD): Esses documentos são fundamentais para comprovar a deficiência e as limitações que ela causa no dia a dia.

    Passo 3: Agende o atendimento no INSS

    Com os documentos em mãos, você pode dar entrada no pedido pelo site ou aplicativo Meu INSS:

    • Acesse o Meu INSS (www.meu.inss.gov.br).
    • Faça login com seu CPF e senha (se não tiver, crie um cadastro).
    • Escolha a opção “Agendar Benefício Assistencial” e siga as instruções.
    • Se preferir, você pode ligar para o 135 ou ir até uma agência do INSS.

    Para PCD, será necessário passar por uma perícia médica e social para avaliar o grau da deficiência e como ela impacta sua vida.

    Passo 4: Acompanhe o processo

    Após enviar todos os documentos e passar pela perícia (se for o caso), o INSS analisará o pedido. A resposta pode levar algumas semanas. Para acompanhar o andamento, basta acessar o Meu INSS ou ligar no 135.

    Entender como transformar o BPC em aposentadoria pode ser a chave para garantir mais segurança e tranquilidade para você e sua família no futuro.

    Transformar o benefício assistencial em uma aposentadoria exige planejamento, tempo e atenção às regras do INSS. Mas, isso pode valer a pena, especialmente porque a aposentadoria traz vantagens, como deixar pensão para os dependentes e não depender de revisões periódicas de renda.

    Contar com a ajuda de um advogado previdenciário é essencial nesse processo. Um advogado previdenciário pode ajudar a evitar erros no processo, economizar tempo e garantir seu benefício.

    Suzana Poletto Maluf

    Suzana Poletto Maluf

    Especialista em direito previdenciário, benefícios sociais e aposentadorias. @malufsuzana

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