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A humanização da relação médico-paciente. Em tempos de alta tecnologia e pressa, esse movimento propõe desacelerar e reavaliar a prática médica para que ela seja mais reflexiva, personalizada e humana, ao ponto de haver a confiança entre médico-paciente.
Ao invés de tratar apenas a doença, a slow medicine incentiva os profissionais de saúde a enxergarem o paciente como um todo, como assim prevê o Código de Ética Médico e dos demais profissionais de saúde, considerando aspectos emocionais, sociais e até mesmo culturais. Além disso, busca evitar excessos – seja no número de exames, intervenções ou tratamentos – promovendo, assim, um cuidado mais racional e sustentável, na verdadeira essência do que o médico deve ser, preocupar-se com o paciente.
Claro, que estamos falando de um cenário ideal, no entanto, inexiste estrutura suficiente para tal prática, mas por tal razão, que os profissionais estão exaustivamente cansados, é que não conseguem de fato colocar em prático o que deveriam e como gostariam.
Sobre os Benefícios da Slow Medicine
Reflexos na Judicialização da Saúde
No Brasil, a judicialização da saúde é um problema sério. Muitos processos surgem de frustrações com o atendimento ou da busca por tratamentos que poderiam ser evitados com uma comunicação mais clara e uma abordagem focada no paciente. A slow medicine ajuda a mudar essa realidade ao oferecer cuidados mais alinhados às necessidades reais das pessoas e ao evitar exageros que sobrecarregam o sistema de saúde e o Poder Judiciário.
Além disso, ao integrar o paciente nas decisões, promove uma compreensão mais profunda sobre o que é possível e adequado, reduzindo expectativas irreais que muitas vezes culminam em ações judiciais, sendo tal método/decisão do médico, uma forma de organizar, não deixa de ser um compliance médico.
Conclusão
A adoção da slow medicine representa um avanço tanto para a medicina quanto para a sociedade como um todo. Ela nos lembra de que a saúde não é apenas sobre diagnósticos e tratamentos, mas sobre cuidar de pessoas de maneira ética, eficiente e compassiva, assim está previsto no Código de Ética Médica. Essa mudança de mentalidade pode não apenas melhorar os resultados clínicos, mas também ajudar a diminuir a judicialização, garantindo que os recursos sejam usados de forma mais justa e responsável, e assim, evitando os altos índices de demanda judiciais e mais tranquilidade ao profissional da saúde fazer o que mais importa, cuidar de seus pacientes.
Thiago Rezende Bastos
Advogado Direito do Trabalho | Direito Médico, Saúde e Bioética Pós-Graduado em Direito do Trabalho, Processo do Trabalho e Advocacia Trabalhista Pós-Graduando em Direito Médico, Saúde e Bioética