Migalhas Cultural: Conheça a única mulher na Inconfidência Mineira   Migalhas
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Migalhas Cultural: Conheça a única mulher na Inconfidência Mineira – Migalhas

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“Tiradentes foi preso no rio. Quem não é capaz para as coisas não se meta nelas. É melhor morrer com honra que viver em desonra. Quem não reagir será preso. Convoquem a tropa do Serro e façam um viva o povo!” – Hipólita Jacinta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 15.086/24, que inscreve Hipólita Jacinta Teixeira de Melo no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A aprovação, publicada no Diário Oficial da União em janeiro de 2025, reconheceu oficialmente a única mulher que participou ativamente da Inconfidência Mineira como uma figura histórica para a história do Brasil. 

Integrante da elite de Vila Rica, Hipólita era filha de Clara Maria de Melo e Pedro Teixeira de Carvalho, um grande fazendeiro da região. Seu casamento com Francisco Antônio de Oliveira Lopes aconteceu quando ela tinha 33 anos, uma idade considerada tardia para os padrões do século XVIII. Lopes, oficial do Regimento de Cavalaria de Minas, abandonou sua carreira militar para tornar-se fazendeiro. 

Detentora de grande riqueza e influência, Hipólita financiou diversas ações do movimento, garantindo recursos para os inconfidentes. Além disso, sua propriedade, a Fazenda Ponta do Morro, tornou-se ponto de encontro estratégico para reuniões e debates sobre os rumos da rebelião.

A atuação de Hipólita não se limitou ao apoio logístico e financeiro. Ela também participou ativamente da comunicação entre os conjurados, enviando cartas com informações e alertas cruciais. Em um desses documentos, foi ela quem noticiou a prisão de Tiradentes e orientou os inconfidentes a iniciar o levante militar.

Quando ficou evidente que a conspiração havia fracassado, Hipólita escreveu avisos sigilosos para os líderes do movimento, sugerindo estratégias de resistência. Em uma das cartas direcionadas ao coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, foi enfática: “Quem não é capaz para as coisas, não se mete nelas”.

Apesar de sua atuação essencial, Hipólita não chegou a ser presa. No entanto, o governo colonial confiscou todos os seus bens, reconhecendo sua participação na revolta. Sua história, por muito tempo apagada, ganha hoje maior visibilidade com o reconhecimento oficial de sua importância para a luta pela independência brasileira.

A inclusão de Hipólita Jacinta no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria representa um resgate de sua memória, garantindo que sua história não seja esquecida e que seu papel na luta contra a dominação colonial seja devidamente reconhecido.

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