CompartilharComentarSiga-nos no A A
A tecnologia está criando um novo cenário para empresas e profissionais, onde a automação, a inteligência artificial e a digitalização não são mais tendências futuras, mas sim a base para a evolução e competitividade no mercado.
De acordo com uma pesquisa da McKinsey, publicada em 2024, 65% das empresas globais já utilizam GenAI – inteligência artificial generativa em pelo menos uma área do negócio. Além disso, 64% das lideranças seniores afirmam compreender o impacto estratégico dessa inovação em suas operações.
No Direito, a transformação digital se acelera conforme escritórios e departamentos jurídicos passam a integrar novas ferramentas para otimizar processos, reduzir custos e tornar as decisões mais assertivas. Enquanto muitas empresas aplicam a IA em duas funções de negócio, as organizações mais avançadas já a incorporam em três ou mais áreas, incluindo marketing, vendas, desenvolvimento de produtos, jurídico, financeiro e cadeia de suprimentos.
Essa revolução é real na advocacia?
Muito já se fala e se utiliza a inteligência artificial para impulsionar mudanças em diversos setores. Mas você sabe como essa revolução tecnológica está impactando a prática da advocacia?
A IA está inovando o setor legal principalmente ao oferecer acesso fácil e preciso a jurisprudências e doutrinas, eliminando a necessidade de pesquisas demoradas e tornando a fundamentação de casos mais assertiva.
Já a automação de procedimentos está substituindo tarefas operacionais repetitivas, como redação de contratos, controle de prazos e organização documental e permitindo que os profissionais foquem em outras atividades prioritárias e que necessitam da cognição humana.
Enquanto isso, o big data está mudando o Direito em uma área mais previsível e orientada por dados. Com a capacidade de identificar padrões em casos judiciais e administrativos, os escritórios conseguem antecipar movimentos, mitigar riscos e até prever possíveis desfechos de litígios, aumentando a segurança jurídica nas determinações empresariais.
Além disso, ferramentas como plataformas interativas, chatbots especializados e canais de atendimento sistematizado viabilizam que advogados ofereçam um serviço mais ágil, personalizado e transparente, garantindo maior proximidade e confiança com seus clientes.
O que separa escritórios comuns dos líderes do mercado?
Se colocarmos lado a lado dois escritórios especializados em Direito Empresarial, um deles seguindo um modelo tradicional – advogados sobrecarregados, etapas burocráticas, prazos apertados e clientes esperando dias por respostas – e outro que incorporou tecnologia ao seu dia a dia, sistematizando funções administrativos, utilizando inteligência artificial para avaliação de documentos e aplicando Business Intelligence para prever tendências jurídicas, qual deles você acredita que estará mais preparado para crescer nos próximos anos? A resposta é óbvia. A modernização já deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade para quem deseja se manter competitivo no mercado normativo.
Na advocacia atual já não se pode mais ignorar os impactos digitais. As novas ferramentas aumentam a produtividade e otimizam investimentos e proporcionam uma vantagem competitiva real para os escritórios e departamentos jurídicos que souberem utilizá-las estrategicamente.
Em um cenário onde empresas exigem respostas rápidas, consumidores querem mais transparência e a concorrência cresce exponencialmente, a tecnologia é o que diferencia uma banca que sobrevive e uma que lidera a indústria.
Essa digitalização, especialmente com o uso de inteligência artificial, oferece inúmeros benefícios. Delegar tarefas à automação, utilizar IA para agilizar pesquisas jurídicas, implementar recursos digitais no atendimento ao cliente e aplicar a análise de dados de forma direcionada não são apenas avanços tecnológicos, mas verdadeiras transformações que impactam diretamente a eficiência e a rentabilidade dos escritórios.
Tudo isso se traduz em benefícios concretos e tangíveis, como a redução de custos operacionais, aumento na taxa de sucesso dos casos, fidelização de clientes e escalabilidade sem necessidade de expansão física. Além disso, bancas que adotam sistemas podem, com a mesma equipe, atender um número maior de pessoas sem comprometer a qualidade do serviço, otimizando seus recursos e ampliando sua rentabilidade.
De fato, escritórios que integram inovação ao seu modelo de atuação se tornam mais funcionais, estratégicos e competitivos, consolidando-se como referência em um segmento cada vez mais digital e exigente.
Como a inteligência artificial está criando um novo padrão de advocacia
Um escritório, seja grande ou pequeno, pode lidar com centenas de ações simultaneamente. Até pouco tempo atrás, era comum que advogados passassem horas pesquisando jurisprudências, redigindo petições e organizando documentos manualmente. Hoje, com inteligência artificial, automação de processos e análise de dados, essa dinâmica mudou completamente.
Softwares jurídicos conseguem verificar milhares de páginas de jurisprudências em segundos, sugerindo argumentos relevantes para cada caso, reduzindo consideravelmente o tempo gasto em tarefas repetitivas. O resultado? Mais produtividade, agilidade e assertividade.
Diferente dos humanos, os sistemas não precisam de pausas para descanso ou concentração; seu algoritmo executa informações com precisão e eficiência ininterruptas, identificando rapidamente o que é necessário para cada caso.
Mas como isso funciona na prática? Com tantos casos em andamento, como um advogado poderia prever, com maior segurança, as chances reais de vitória de um caso? É exatamente essa possibilidade que Big Data e BI – Business Intelligence trazem para o campo legal. Essas ferramentas permitem analisar padrões de decisões judiciais e prever a probabilidade de êxito em um processo, tornando a atuação do defensor mais estratégica e embasada em dados concretos.
Um escritório especializado em disputas trabalhistas, por exemplo, pode usar o recurso de BI para entender quais argumentos tiveram maior sucesso em casos similares, qual a taxa de condenação de determinado juiz e quais abordagens são mais efetivas em cada tribunal. Essas informações não são apenas interessantes, mas podem ser definitivas para o êxito ou fracasso de uma ação, garantindo uma vantagem competitiva significativa para a banca.
A tecnologia também melhorou a relação entre advogados e clientes. No modelo tradicional, escritórios seguiam uma abordagem burocrática, onde o consumidor esperava semanas por atualizações sobre seu caso e tinha dificuldades para acompanhar o andamento da ação.
Hoje, plataformas interativas e chatbots especializados revolucionaram essa experiência. Agora, os clientes podem acompanhar seus processos em tempo real, receber notificações automáticas e tirar dúvidas instantaneamente. Para o consumidor, isso representa transparência, desempenho e maior confiança na advocacia, consolidando uma relação muito mais próxima e positiva com seus representantes.
Tecnologia como diferencial no Direito
A revolução tecnológica no Direito não é uma promessa distante – ela já está acontecendo. Não se trata somente de uma questão de conveniência ou modernização, mas de crescimento e competitividade.
Diante de todas as mudanças no mercado, velocidade e precisão são fatores decisivos. Além disso, escritórios e juristas que adotam sistemas otimizam suas operações, elevam a qualidade do serviço prestado, conquistam clientes mais satisfeitos e se posicionam como líderes em um setor em transformação.
De fato, a modernização se tornou um diferencial estratégico, e o principal ponto para o sucesso é saber unir conhecimento jurídico e inovação tecnológica. Não se trata de substituir advogados por máquinas, mas de capacitar profissionais a fazer mais, melhor e com maior impacto.
Eduardo Koetz
Eduardo Koetz é advogado, sócio-fundador da Koetz Advocacia e CEO do software jurídico ADVBOX . Especialista em tecnologia e gestão, ele também se destaca como palestrante em eventos jurídicos.