CNJ prorroga afastamento de Bretas, ex juiz da Lava Jato, por 3 meses   Migalhas
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CNJ prorroga afastamento de Bretas, ex-juiz da Lava Jato, por 3 meses – Migalhas

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O CNJ prorrogou por mais 90 dias os processos que visam a investigar Marcelo Bretas, juiz Federal do RJ que atuou na Lava Jato. O período passou a contar no último dia 2.

O Conselho analisou três processos administrativos disciplinares contra Bretas de 14 a 21 deste mês, sob relatoria do conselheiro José Rotondano.

Bretas está afastado de suas funções desde fevereiro de 2023 por desvio de conduta. Ele é alvo de PADs que apuram supostas irregularidades na condução de processos na 7ª vara Federal Criminal do TRF da 2ª região. Os casos estão sob sigilo.

 (Imagem: Ricardo Borges/Folhapress)

CNJ prorroga afastamento de Marcelo Bretas por mais três meses.(Imagem: Ricardo Borges/Folhapress)

Irregularidades

Entre os apontamentos contra Bretas estaria sua atuação para inviabilizar o exercício do direito de defesa pelos acusados.

Um dos pedidos foi feito pelo Conselho Federal da OAB, com base em reportagem da revista Veja segundo a qual Bretas negociou penas, orientou advogados e combinou estratégias com o Ministério Público. A publicação se baseou em delação do advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho.

Em colaboração premiada com a PGR, Nythalmar teria apontado que Bretas é parcial e realizou diversas práticas ilegais enquanto magistrado. Segundo Nythalmar, o Bretas seria “policial, promotor e juiz ao mesmo tempo”.

Os advogados dos réus não teriam acesso a acordos de colaboração premiada, atas de audiências e documentos. O juiz afastado também teria usado mecanismos ilegais para manter processos sob sua alçada.

O segundo processo teria sido ajuizado pelo prefeito do RJ, Eduardo Paes, que apontou a condução de um acordo de colaboração premiada baseado apenas em informações repassadas por terceiro, cujo intuito, segundo ele, era favorecer a candidatura de Wilson Witzel ao governo estadual em 2018.

A terceira reclamação disciplinar foi ajuizada pela própria Corregedoria Nacional de Justiça, a partir de correição extraordinária determinada pelo corregedor e coordenada pelo desembargador Carlos von Adamek.

Nova reclamação

No último dia 5, o CNJ recebeu uma reclamação disciplinar contra Bretas por publicações em redes sociais questionando, veladamente, decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre a prisão de suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O pedido foi feito pelo deputado Federal Marcelo Calero.

A petição destaca que, em 21 de novembro de 2024, dois dias após o STF tornar pública a decisão na Pet 13.236, Bretas utilizou a rede social X (antigo Twitter) para discorrer sobre a teoria do crime tentado e desistência voluntária.

Segundo a reclamação, a publicação teria sido uma forma velada de questionar a fundamentação da decisão que determinou a prisão preventiva de cinco investigados por suposta participação no planejamento de atos contra a democracia.

No documento, o deputado argumenta que o ex-juiz “assumiu deliberadamente um lado do espectro político nacional” ao publicar o conteúdo, afrontando o artigo 95, parágrafo único, inciso III, da Constituição Federal, que veda aos magistrados o exercício de atividade político-partidária.

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