TRF 1 autoriza hospitais a fixarem margem de lucro em medicamentos   Migalhas
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TRF-1 autoriza hospitais a fixarem margem de lucro em medicamentos – Migalhas

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A 11ª turma do TRF da 1ª região negou a apelação da União contra a sentença que declarou nulos dois dispositivos da resolução da CMED – Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Os itens anulados tratam da proibição de oferecer medicamento com valor superior ao que foi adquirido e fixar margem de comercialização em farmácias de atendimento privativo de unidades hospitalares.

Na sentença, o magistrado afirmou que a aplicação de margem de lucro zero somente com o reembolso pelo preço de aquisição do produto “fere o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, isto porque não foram observados os critérios técnicos, que seriam bastante razoáveis, para estabelecer pelo menos margem mínima que cobrisse as despesas com aquisição, transporte, armazenagem, manuseio, manipulação, unitarização e rastreabilidade dos medicamentos”.

A União alegou que a CMED, com base na lei 10.742/03 e no artigo 56 do CDC, tem a função de regular e fiscalizar para evitar abusos econômicos na área da saúde e que a resolução 2/18 complementa esses dispositivos legais.

 (Imagem: Pixabay)

TRF-1 autoriza hospitais a fixarem margem de lucro em medicamentos.(Imagem: Pixabay)

O desembargador Federal Rafael Paulo, relator, sustentou que ao impor margem zero para a compensação de custos de medicamentos, a CMED interfere na autonomia dos hospitais e viola a liberdade econômica garantida pela Constituição e pela lei 13.874/19.

“(…) A competência para estabelecer critérios para fixação de margens de comercialização de medicamentos não pode ser traduzida como competência para fixar margem zero sobre o produto comercializado, isso porque o que se denomina de margem zero é, em verdade, a ausência absoluta de margem, manifestada em nítido ato normativo restritivo de forma que ao proibir a existência de qualquer margem de comercialização o órgão interministerial regulador transpõe as margens de competência normativa que lhe fora conferida pelo legislador ordinário através da Lei 10.742/2003”, concluiu o magistrado.

O voto foi acompanhado pelo colegiado.

Veja o acórdão.

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