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Em entrevista ao Migalhas, as procuradoras da Fazenda Lana Borges e Anelize Lenzi explicam a prática chamada de “pink tax”, em que produtos femininos acabam tendo preço mais alto, e, portanto, são sobretaxados, porque há uma percepção de que as mulheres têm um apelo maior ao consumo.
Lana Borges dá exemplos, como o caso das lâminas de barbear/depilar: o mesmo produto, com diferença apenas na cor, era pelo menos 50% mais caro se indicado para mulheres. O mesmo ocorre com medicamentos para dor: com a mesma composição, custam o dobro do preço se forem indicados para cólica, por exemplo.
Paralelamente a isso, as mulheres ainda recebem menos do que homens ao desempenhar as mesmas atividades, e trabalham muito mais nas chamadas tarefas de cuidado, não remuneradas.
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Anelize destaca que a taxação de produtos de higiene e infantis também recaem sobre as mulheres, porque, pelos dados do IBGE, representam quase 45% das chefes de família.
Para ela, o Brasil ainda está muito atrasado com relação à tributação que considere a perspectiva de gênero.