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No cenário atual de negócios, a checagem de antecedentes de potenciais parceiros comerciais, empregados e fornecedores se torna uma prática indispensável para garantir a integridade e a segurança das operações. Com o aumento da competitividade e a complexidade das relações comerciais, as empresas devem adotar medidas que minimizem riscos, evitando fraudes, desvios de conduta e outros problemas que possam impactar negativamente seus resultados. A utilização de profissionais capacitados e ferramentas específicas, como técnicas de OSINT – Open Source Intelligence, emerge como uma necessidade premente para salvaguardar as organizações.
A checagem de antecedentes não se limita à simples verificação de informações pessoais; trata-se de uma análise profunda do histórico profissional e comportamental do candidato, parceiro ou fornecedor. Um caso notável ocorreu em 2016, quando uma grande empresa de telecomunicações comprou uma startup de tecnologia. Após a aquisição, descobriram que a startup tinha um histórico de reclamações de fraude e má conduta financeira que não foram identificados na due diligence, um processo de investigação detalhada com objetivo de avaliar os riscos, a viabilidade e o valor do negócio ou ativo em questão. O resultado foi um prejuízo significativo e uma crise de reputação para a empresa adquirente, que teve que investir em recuperação de imagem e conformidade.
No que diz respeito à contratação de colaboradores, um exemplo significativo ocorreu em 2018, quando uma grande empresa de tecnologia contratou um executivo sem realizar uma verificação completa de antecedentes. Posteriormente, descobriu-se que o executivo havia sido demitido de sua posição anterior devido a práticas de assédio no ambiente de trabalho. O incidente resultou em uma crise de imagem para a empresa, levando a mudanças em suas políticas de contratação e à necessidade de treinamento adicional para todos os gerentes de contratação sobre a importância de checar antecedentes.
No Brasil, a legislação vigente, incluindo a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados e as diretrizes da ABIN – Agência Brasileira de Inteligência, estabelece limites claros para a coleta e o tratamento de informações pessoais. É essencial que as empresas respeitem essas normas ao conduzir checagens de antecedentes, garantindo que as informações sejam obtidas de maneira legal e ética. O uso de ferramentas de OSINT deve ser alinhado a essas diretrizes, evitando práticas invasivas que possam comprometer a privacidade dos indivíduos. A transparência e a conformidade legal são fundamentais para proteger tanto a organização quanto os indivíduos envolvidos.
A implementação de boas práticas na checagem de antecedentes implica também na necessidade de estabelecer políticas internas claras sobre o processo. Um incidente que envolveu uma fabricante de automóveis, que enfrentou uma crise de reputação devido a escândalos relacionados a emissões, ilustra a importância de avaliar não apenas os candidatos, mas também parceiros e fornecedores. A falta de uma abordagem rigorosa na verificação de antecedentes resultou em sérios danos à imagem da marca e consequências financeiras significativas. Dessa forma, as organizações devem garantir que os dados coletados sejam utilizados exclusivamente para os fins pretendidos e que os colaboradores envolvidos na coleta e análise de informações estejam capacitados para agir de acordo com a legislação.
Além disso, as empresas devem considerar o impacto que a checagem de antecedentes pode ter na confiança de seus clientes e colaboradores. A realização de processos transparentes de verificação demonstra um compromisso com a ética e a responsabilidade social, o que pode fortalecer as relações de negócios. Quando os stakeholders percebem que uma organização se preocupa em garantir a segurança e a integridade, isso pode resultar em maior lealdade e satisfação do cliente.
Por fim, a checagem de antecedentes é uma etapa crucial na construção de um ambiente de negócios saudável e transparente. As organizações que investem nessa prática não apenas se resguardam contra riscos, mas também se posicionam como modelos de integridade no mercado. Assim, a checagem de antecedentes, quando realizada de maneira correta e legal, se transforma em uma ferramenta poderosa para o sucesso sustentável das empresas. Ao aprender com os erros de outras organizações e adotar uma abordagem proativa na mitigação de riscos, as empresas podem não apenas proteger seus interesses, mas também contribuir para um ambiente de negócios mais ético e seguro.
Leonardo Santana
Advogados – Daniel Advogados Inteligência, Direito Penal e Combate à Pirataria Graduação em Direito – UERJ
