Paz e amor?
Lula e Kirchner selaram uma trégua durante a Cúpula de Presidentes do Mercosul, encerrada ontem. O presidente brasileiro preferiu não apimentar a disputa comercial com a Argentina na reunião da II Cúpula do Mercosul. O presidente argentino optou por fazer críticas indiretas ao Brasil, no encerramento do encontro.
– Deus queira que outros problemas aconteçam por conta do aumento da produção industrial dos nossos países – disse Lula, ao responder se as barreiras impostas pela Argentina a produtos da linha branca fabricados no Brasil preocupavam o governo.
Segundo o presidente Lula, o problema com as exportações de linha branca é decorrente do crescimento econômico dos dois países.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, insinuou ontem que o Brasil também tem munição para fomentar a guerra comercial com a Argentina, se assim desejar.
– Tenho quatro medidas prontas. As equipes técnicas fazem as medidas que quiserem e compete aos presidentes autorizar ou não – disse Furlan, referindo-se às possíveis novas barreiras argentinas para as exportações brasileiras de têxteis, mas ele não confirmou que se referia, de fato, ao país vizinho.
O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, disse que ”não estão dadas as condições para aplicar medidas restritivas” às importações de outros produtos brasileiros.
Kirchner fez referências às dificuldades de competir com o Brasil e criticou indiretamente a posição brasileira nas negociações entre o Mercosul e a União Européia (UE).
– Os avanços com investimentos e compras governamentais estiveram condicionados por restrições que alguns Estados membros do Mercosul impuseram, o que gerou grandes dificuldades no entendimento com a UE – disse Kirchner.
Os argentinos reclamaram dos créditos do BNDES, considerados subsídios. Lula não quis polemizar em nenhum momento e, no final do encontro, fez uma oferta ao bloco.
____________________..
Por: Redação do Migalhas
Atualizado em: 9/7/2004 09:29