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A equidade é um dos principais princípios da governança corporativa, definida como um conjunto de regras, processos e políticas utilizados para controlar e dirigir uma empresa. A prática é fundamental para assegurar justiça nas decisões corporativas, garantindo que todas as partes envolvidas em uma determinada organização sejam participativas, tendo suas opiniões e interesses levados em consideração. Ela evita que grupos específicos, como por exemplo grandes acionistas ou executivos, tirem proveito em detrimento de outros tidos como menores, como clientes, fornecedores, funcionários ou membros de determinadas comunidades.
O princípio da equidade vai além de apenas seguir regras legais. O objetivo é promover um ambiente de negócios sustentável, confiável e transparente em relação às diferentes decisões que afetam os stakeholders. Entre os principais aspectos da equidade na governança corporativa está a proteção dos direitos dos acionistas, independentemente do tamanho de suas participações.
A ideia é que todos possam ser tratados com justiça nas decisões corporativas, participando de decisões importantes e tendo seus interesses respeitados em casos de mudanças estratégicas. Isso também envolve transparência empresarial nos processos de comunicação, sendo que todos devem igualmente ter acesso a informações precisas e relevantes sobre a empresa, o que permite tomadas de decisões mais rápidas, mais bem pensadas e com maior confiança.
Uma governança corporativa equitativa também promove inovação através da valorização da diversidade de gênero, cultura, etnia e de diferentes habilidades dentro dos conselhos administrativos e nos cargos de liderança. Isso influencia nas tomadas de decisões, pois permite a inclusão de novas perspectivas, baseadas em experiências mais diversas.
A equidade na governança corporativa é essencial para a construção de um ambiente de negócios sustentável e ético. A adoção do princípio permite que as organizações sejam vistas com maior confiança pelo mercado, pelos investidores e pela sociedade em geral, o que possibilita melhores oportunidades e maior estabilidade a médio e longo prazo.
Ao tratar a todos de forma justa, a empresa fortalece sua legitimidade e capacidade de gerar valor, promovendo práticas mais sustentáveis. Isso é de extrema importância, pois cada vez mais os mercados globais exigem que as organizações considerem os impactos sociais, ambientais e econômicos de suas ações, viabilizando uma convivência harmoniosa entre o social, a gestão e o capital.
Tudo isso influencia de forma positiva nos demais valores que envolvem a governança corporativa, que são a eficiência, a transparência e a responsabilidade corporativa, permitindo que possam fluir de forma mais eficaz. Eficiência para maximizar o uso de recursos e otimizar a performance. Transparência para evitar conflitos. E responsabilidade corporativa para possibilitar uma melhor prestação de contas, reduzir riscos de gestão e promover confiança. Em um ambiente corporativo cada vez mais regulado, a adoção de práticas sólidas de governança corporativa é crucial para o sucesso e a longevidade!
Izabela Rücker Curi
Advogada e sócia fundadora do escritório Rücker Curi Advocacia e Consultoria Jurídica e da Smart Law, uma startup focada em soluções jurídicas personalizadas para o cliente corporativo, que mesclam inteligência humana e artificial. É board member certificada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa IBGC-São Paulo, mediadora ad hoc e consultora da Global Chambers na região Sul. É mestre em Direito pela PUC-SP e negociadora especializada pela Harvard Law School.