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Condenada a 40 anos de prisão pela morte dos próprios pais em 2002, a estudante de Direito Suzane Louise Magnani Muniz, ex-Richthofen, não avançou para a segunda etapa do concurso público para escrevente técnico do TJ/SP.
Ela realizou a prova em setembro, concorrendo a uma das três vagas ofertadas no município de Bragança Paulista, onde vive com o marido e o filho de 9 meses, e onde também tramita seu processo de execução penal. Atualmente Suzane cumpre pena em regime aberto.
O resultado, divulgado nesta sexta-feira, 22, mostrou que Suzane não atingiu a pontuação mínima de 73 pontos, de um total de 100.
No municípios, 33 candidatos foram aprovados para a próxima etapa. A segunda fase do concurso envolve prova de digitação, na qual os participantes devem transcrever texto ditado com 1.800 caracteres em até 11 minutos, além de avaliação de formatação.
Suzane Richthofen não obteve pontuação mínima para avançar em concurso do TJ/SP.(Imagem: Tuca Vieira/Folhapress)
Técnico judiciário
O cargo exige apenas ensino médio completo e oferece salário inicial de R$ 6.043, além de benefícios como vale-alimentação.
Entre as funções estão o acompanhamento de processos judiciais, atendimento ao público, organização administrativa, elaboração de documentos e controle de materiais de expediente.
Segunda tentativa
Essa não foi a primeira vez que Suzane prestou um concurso público. Em 2023, ela se inscreveu para vaga de telefonista na Câmara Municipal de Avaré/SP, mas desistiu após repercussão negativa.
Se aprovada, poderia assumir?
O atual concurso, regido pelo edital 01/24, determina que os candidatos tenham mais de 18 anos e estejam em dia com suas obrigações eleitorais e militares (no caso de homens).
Ao Migalhas, o professor Pedro Andrade falou que, se aprovada, Suzane, possivelmente, não conseguiria assumir o cargo.
Se aprovada em concurso do TJ/SP, Suzane Richthofen pode ser servidora?
O professor explicou que o edital do certame traz nove critérios que vão definir se o candidato está apto a tomar posse. E, entre as exigências, está apresentação de documentação que demonstre “boa conduta social”.
Regime aberto
O regime aberto de Suzane foi condicionado à continuidade de tratamentos psiquiátricos e psicológicos devido a traços de personalidade apontados por laudos realizados enquanto esteve presa, como narcisismo, manipulação e agressividade camuflada.
Inicialmente atendida pelo CAPS – Centro de Atenção Psicossocial de Bragança Paulista, Suzane solicitou recentemente autorização para tratamento com profissionais particulares, mas o pedido foi negado, já que os laudos precisam ser emitidos por profissionais vinculados ao sistema público e anexados ao seu processo de execução penal.